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Como as restrições alimentares movimentam a indústria alimentícia?

Entenda como as restrições alimentares abrem oportunidades de negócios para empresas que atuam na indústria alimentícia.
Restrições Alimentares

Pode parecer um pouco surpreendente, mas estima-se que 70% da população mundial apresente algum nível de dificuldade de digestão da lactose. Essa intolerância alimentar é a mais comum, mas existem, ainda, outros tipos. Isso sem falar das alergias alimentares!

Essas pessoas, de fato, precisam adotar restrições alimentares. Somam-se a elas outras que modificam a dieta por um processo de conscientização alimentar. Tais públicos consolidam um enorme mercado a ser trabalhado na indústria alimentícia — e muitas empresas já estão atentas à oportunidade.

É justamente esse o tema que vamos abordar ao longo deste artigo. Vamos conferir?

Os principais motivos das restrições alimentares

Não há informações, nem pesquisas suficientes para apontar dados exatos sobre o número pessoas com intolerância e alergia alimentar na sociedade. O que se sabe é que ambos os casos fazem com que seja necessário adotar restrições alimentares.

A intolerância consiste na dificuldade do organismo em absorver determinada substância. Em geral, ela está associada à falta de alguma enzina que é responsável pela digestão dos alimentos.

Já a alergia alimentar ocorre quando o sistema imunológico da pessoa entende de forma equivocada que o nutriente presente em um alimento é uma ameaça e, com isso, passa a produzir anticorpos para combatê-la.

Os efeitos variam de acordo com cada organismo e alimento ingerido. Em alguns casos, os sintomas são imperceptíveis. No entanto, em quadros particulares, os sinais podem surgir de inúmeras formas, como diarreia, dores e infecções mais sérias.

Um panorama sobre as principais restrições alimentares da população

Ainda que seja difícil mensurar exatamente o número de pessoas com intolerância ou alergia a certos alimentos na população, é possível afirmar que a lactose é um elemento que se destaca.

De acordo com uma pesquisa do Instituto Datafolha, cerca de 53 milhões de pessoas afirmaram ter alguma dificuldade em digerir alimentos à base de leite. Na prática, isso representa cerca de 35% da população total brasileira.

Além disso, a intolerância relacionada ao glúten é um fator que coloca muita gente em dúvida nos dias de hoje. Afinal, muitos consumidores optam em evitar ou não comprar mais produtos que contenham a substância, mas de uma forma totalmente voluntária e com fins de emagrecimento ou por prevenção de doenças.

No entanto, especialistas afirmam que a intolerância ao glúten ocorre quase que unicamente quando há diagnósticos de doenças celíacas (DC), que são disfunções intestinais que apresentam hipersensibilidade à substância.

Além desses tipos de intolerância alimentar, há ainda casos de rejeição do organismo na ingestão de frutose, sacarose, milho, levedura etc. Quanto as alergias, além do leite, outros alimentos que costumam causar reação são ovo, trigo, frutos do mar, amendoim e castanhas.

As restrições alimentares e o fomento de oportunidades na indústria alimentícia

As restrições alimentares aumentam com os diagnósticos médicos relacionados à intolerância e alergia ou com a percepção de reações do organismo a certos alimentos. Mas há também uma parcela crescente de consumidores mais conscientes e preocupados com o que ingerem no dia a dia, o que chamamos de alimentação ecológica.

Logo, a indústria alimentícia precisa considerar, também, as tendências globais sobre os hábitos de alimentação das pessoas. A seguir, listamos algumas oportunidades relacionadas às restrições alimentares que podem ajudar a destacar sua marca no mercado.

Lançamento de produtos de origem alternativa

De acordo com pesquisas, o Brasil ocupa a posição de 4º maior consumidor de leite do mundo e boa parcela da população considera o alimento como essencial na dieta do dia a dia. No entanto, em paralelo a isso, o consumo de bebidas alternativas, como sucos e bebidas vegetais, vem ganhando espaço nas geladeiras e mesas do brasileiro.

Ainda que ambos (vegetais e animais) sejam considerados saudáveis e essenciais para consumo diário, apenas o segundo contempla lactose em sua composição. Isso o coloca em segundo plano ou, até mesmo, o elimina por completo da alimentação de muitas pessoas.

Por isso, diversas indústrias do ramo alimentício já enxergam oportunidades para lançamentos de produtos alternativos ao leite animal, com o foco na questão de saúde e bem-estar. Elas apostam nessa tendência porque as bebidas vegetais e derivados não apresentam restrições alimentares.

Modificação da composição de produtos

Além do lançamento de novos produtos alternativos, há também uma vasta oportunidade de reformulação e adaptação de determinados alimentos.

Podemos começar pelo exemplo de leites comuns, de origem animal, que são modificados pelo processo de hidrólise, com adição da enzima lactase, e não apresentam mais a lactose em suas composições.

Isso é possível, porém, reforça-se a necessidade imprescindível de segurança e monitoramento durante o processo industrial, já que envolve riscos e compromissos com a saúde do consumidor final.

Além disso, é importante lembrar que as restrições alimentares não se limitam apenas à lactose. Portanto, diversos outros alimentos podem ser reformulados para atender às necessidades de cada nicho, como redução de açúcares, conservantes, corantes, entre outros.

Atuação voltada a novos nichos de mercado

Como destacamos algumas vezes, além das restrições alimentares relacionadas a patologias, muitos consumidores optam, por conta própria, em cortar ou reduzir o consumo de determinados alimentos. Hoje, termos como vegan, bio, probióticos, diet e zero são comumente associados a alimentos mais saudáveis e atingem nichos no mercado muitos deles carentes de opções.

Alinhamento a questões de sustentabilidade

Uma oportunidade interessante para indústria relacionada às restrições alimentares é a questão da sustentabilidade. No caso do leite, por exemplo, seja de origem animal, seja vegetal, a produção e o consumo têm impacto direto no meio ambiente.

No entanto, em um comparativo geral da BBC, o leite de vaca gera mais danos do que os alternativos, como o de arroz, de soja, de aveia ou de amêndoas, especialmente quando se trata de emissão de gases. Isso tudo pode ser atrelado a estratégias como reciclagem, uso de embalagens sustentáveis, reuso de insumos, entre outras.

Essas são as principais dicas sobre como as restrições alimentares fomentam e movimentam diferentes oportunidades para a indústria alimentícia. Vale destacar a importância das embalagens nesse processo, pois, além de oferecerem a conservação adequada, elas devem conter rótulos com informações claras sobre a composição dos produtos.

Assim, é possível atrair não apenas quem precisa cortar ou reduzir determinado alimento em sua dieta, mas também àqueles que, por questões voluntárias, optam por produtos mais saudáveis e naturais.

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    Data de postagem
    • julho 30, 2021