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O consumidor brasileiro vai desembolsar mais para os produtos que entender que traz mais benefícios.

Para finalizar nossa série de conversas com grandes representantes da indústria de laticínios, conversamos com a Gerente de Marketing da PIÀ, indústria tradicional do Rio Grande do Sul
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Para finalizar nossa série de conversas com grandes representantes da indústria de laticínios, conversamos com a Gerente de Marketing da PIÀ, indústria tradicional do Rio Grande do Sul.

 “Estamos presenciando um fato histórico. Sem precedentes na nossa geração”, comenta Tiago Haugg, gerente de marketing da Piá, cooperativa gaúcha localizada em Nova Petrópolis – RS. “Os cuidados com a segurança alimentar dentro da indústria são até mais rigorosos do que estão pedindo para o momento, ou seja, em parte, já estávamos preparados nesse sentido. Mas fizemos uma série de adequações para atendermos todas as normas exigidas e garantirmos a tranquilidade de nossos colaboradores. Além disso, estendemos toda a nossa cartilha de segurança para produtores, freteiros e promotores. Nosso compromisso é cuidar de toda a cadeia”, explica.

O olhar da Piá vai também até a comunidade. “Enviamos semanalmente produtos para a vigilância sanitária das 11 cidades onde temos unidades de negócios. Elas se encarregam de distribuir para todas as unidades básicas de saúde locais. Além disso, doamos para o Banco de Alimentos de Porto Alegre, mais de 1 tonelada de produtos para serem entregues para entidades de crianças e idosos, que são as mais vulneráveis nesse momento”, conta Tiago.

Em sua análise de mercado sobre a pandemia, o gerente de marketing confirma o boom inicial do leite que ocorreu nos primeiros dias do isolamento. “Consumidores correram para estocar produtos em casa, depois deixaram de comprar. Quando o estoque acabou, voltaram a comprar e fizeram a reposição, mas de uma forma já muito parecida com a normalidade. É claro que alguns itens com desembolso maior possuem giro menor. O que tem giro garantido hoje são os itens básicos”, explica.

Outro ponto que vale comentar, de acordo com Tiago, é que na região sul houve uma falta de leite gerada por uma seca inesperada, totalmente fora de hora. “Isso se deu bem no momento do boom. Houve uma procura maior no campo na expectativa de aumento de demanda e então não tínhamos leite suficiente. Porém, logo na sequência, as queijarias deixaram de comprar. E, no final, meio que acabou sobrando leite”.

Na opinião de Tiago, o produtor de empresas privadas e menores são mais precavidos. “O recolhimento do leite dos cooperados é garantido, então a vida não muda muito. A preocupação não gera em torno do volume e sim do preço. O quanto ele vai ganhar no fim do mês. Esse é o grande ponto”, comenta.

Quando observa possíveis oportunidade geradas pelos hábitos do ‘novo normal’, o gerente de marketing afirma que, para o consumidor atual, o produto que traz menos “coisas” em sua composição é o mais saudável. “Pode ser que daqui pra frente essa percepção mude e abra espaço para novos produtos relacionados a nutrição ou imunidade, por exemplo. Porém são produtos que possuem maior custo de produção e, consequentemente, chegarão às gôndolas mais caros. O consumidor está preparado nesse momento para um maior desembolso?”, questiona.

“Acredito que em um primeiro momento, teremos que ser criativos para que os produtos caibam no bolso do consumidor que está passando por uma crise econômica. Embalagens menores, pacotes de “leve mais e pague menos”, mix de sabores variados, coisas do tipo. Claro que conforme a situação for normalizando, o consumidor voltará a procurar por novidades, aí sim teremos mais espaço para lançamentos, mas temos que considerar que atingiremos um nicho específico de consumidores”, explica Tiago.

“O consumidor brasileiro ainda é muito sensível a preço. Independente do momento, ele tem que entender os reais benefícios de um produto para desembolsar mais. Acredito que em médio prazo não mudará o seu comportamento. Conforme a situação econômica de cada um for se normalizando, os hábitos antigos acabarão voltando”, complementa o gerente de marketing.

Independente do momento e das dificuldades, a Piá segue com a garantia de levar até o consumidor produtos de qualidade. “Num futuro próximo manteremos nosso ciclo de inovação e entregas para o consumidor. Acreditamos que mesmo em uma situação econômica desfavorável sempre existe espaço para algo novo ou soluções diferentes, ainda que com produtos já consolidados”, finaliza Tiago.

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    Data de postagem
    • julho 13, 2020